Eu sempre fui saudável, nunca fumei, nunca fui de bebidas
alcóolocas, e sempre fiz atividades
fisícas; jamais imaginaria desenvolver complicações na minha gravidez.
Eu tive uma 'doença' gestacional que afeta cerca de 5% das mulheres
grávidas, chamada de pré-eclâmpsia,
que no seu caso mais grave pode evoluir para eclâmpsia e põe em risco a vida da mãe e do bebê.
Normalmente a pré-eclampsia se manifesta após o 3º trismestre, no meu caso eu
estava com 6 mêses e meio, para 7.
Como esse assunto é muito interessante, e foi um momento difícil e
delicado na minha vida, eu gostaria de explicar um pouco mais sobre essa doença
para que possa ajudar futuras mães, já que a gravidez é uma etapa mágica na
vida de uma mulher, mas que pode se tornar algo precupante. Portanto,
informação nunca é demais...
Infelizmente, não existe um método garantido para evitar a pré-eclâmpsia,
por isso é muito importante que toda gestante tenha o acompanhamento rigoroso
do médico para iniciar com o pré-natal, para garantir uma gravidez saudável.
Lembrando que uma boa dieta pré-natal com vitaminas, antioxidantes, minerais e
os grupos básicos de alimentos é muito importante. Também é essencial a
diminuição na ingestão de alimentos processados e açúcares refinados e cortar
completamente a cafeína, se possível o sal, o álcool e todos os medicamentos
não receitados pelo médico. Converse com o obstetra antes de tomar qualquer
suplemento, incluindo fórmulas fitoterápicas.
O que é Pré-Eclâmpsia?
Também conhecida como Toxemia Gravídica, a pré-eclâmpsia é a hipertensão arterial específica da gravidez, basicamente
é um fator que põe em risco a gravidez. Entre os seus sintomas estão o aumento
da pressão arterial, presença de proteína na urina, cefaléia persistente,
edema, diminuição da urina, vertigens, zumbidos, fadiga, sonolência, vômitos, aumento
súbito de peso (cerca de 1kg ou mais por semana), entre outros sintomas.
Já a eclâmpsia, por sua vez é
uma complicação ainda mais grave que consiste em hemorragias cerebrais,
sangramento vaginal, dores de cabeça,
convulsões e coma. Normalmente ocorre no último trimestre da gestação, mas pode
aparecer durante ou após o parto.
Como se desenvolve?
A causa da pré-eclâmpsia ainda é desconhecida, porém pode acontecer à
partir da 20º semana de gestação, e com mais frequência durante a primeira
gravidez. Mulheres cujas mães ou irmãs tiveram pré-eclampsia, há maior
probabilidade de desenvolver a doença durante a gestação. Porém, há alguns
outros fatores, que podem contribuir para a pré-eclâmpsia como:
- Idade acima de 35 a 40 anos.
- História familiar para a condição.
- Intervalo de tempo muito longo entre as gestações.
- Ser afrodescendente.
- Ter diabetes mellitus, pressão alta, doença renal, lúpus e obesidade.
- Gestação de mais de um feto ao mesmo tempo.
- Gravidez na adolescência.
- Diagnóstico anterior de pré-eclâmpsia (uma em cada cinco mulheres apresenta o problema novamente).
Observação: Se o parceiro for diferente
entre uma gravidez e outra, a mulher volta a ter risco como se fosse uma
primeira gestação, mesmo que não tenha apresentado pré-eclâmpsia.
Basicamente, a única forma de curar a pré-eclâmpsia é realizando o parto
do bebê. Mas até que isso aconteça, as gestantes com diagnóstico de
pré-eclâmpsia devem ser submetidas a repouso absoluto, controle da pressão
arterial e adoção de uma dieta com pouco ou nenhum sal. Em alguns
casos pode ser aconselhada a internação e a administração de medicamentos
anti-hipertensivos e anticonvulsivantes.
No caso da eclâmpsia, que é um quadro mais grave da doença, é recomendado a internação da paciente, como medida de prevenção, medicações venosas anticonvulsivantes e anti-hipertensivas e se possível, interrupção da gravidez, que é a única forma de cura da doença, já que tanto a pré-eclâmpsia quanto a eclâmpsia, regridem espontaneamente com a retirada da placenta.
Porém, ainda é extremamente necessário o acompanhamento rigoroso por
parte do obstetra mesmo após o parto, para o controle da pressão arterial.
Uma outra complicação é a síndrome de HELLP, que provoca problemas sanguíneos e dificulta a coagulação do
sangue.
O bebê
A pré-eclampsia é basicamente uma resposta do organismo a gestação,
portanto, pode afetar vários sistemas do corpo, reduzindo o fluxo de sangue
para a placenta, o que é perigoso para o bebê, pois pode restringir o seu
crescimento. Quando a eclâmpsia estiver iminente acontecerá hemorragias
vaginais e diminuição dos movimentos do seu bebê.
Por este motivo, é muito importante que o bebê seja constantemente
monitorado, e a qualquer sinal de que ele não esteja crescendo como deveria ou
que o volume de líquido amniótico esteja diminuindo, ou ainda se o seu
estado piorar, o médico deverá realizar o parto, mesmo que antes da hora, por
cesariana ou indução do parto normal.
O parto do bebê deve ser realizado quando:
- Quando exames (ultrassom, perfil biofísico) mostrarem que o bebê não está se desenvolvendo bem ou não está recebendo a quantidade adequada de sangue e oxigênio.
- O valor mais baixo de pressão arterial apresentado pela mãe for superior a 110 mmHg ou for maior do que 100 mmHg continuamente durante 24 horas
- Exames alterados da função hepática
- Dor de cabeça intensa (eu tive muita....)
- Dor abdomina
- Eclâmpsia
- Edema pulmonar
- Síndrome de HELLP
- Baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia)
- Diminuição da função renal (pequena quantidade de urina, grande quantidade de proteína na urina, aumento no nível de creatinina no sangue)
Minha Experiência
A partir do momento que o médico diagnosticou pré-eclampsia, eu tive que
cortar absolutamente o sal e café.
Eu tinha dificuldades para dormir, dor de cabeça intensa, falta de ar,
cansaço e sono. Minha pressão subiu subitamente e foi para 17 e alguma coisa,
não me lembro ao certo. Quando eu estava com 36 semanas, passei a ir ttodos os
dias para o obstetra, fazendo exames dia sim, dia não, para controle da minha
pressão arterial. Eu estava enorme, muito inchada e não aguentava nem andar
direito, minhas pernas e pés ficaram 3 vezes o tamanho normal. Ao todo eu
engordei 24 kgs, e o médico optou por interromper a gravidez com 38 semanas,
ele conseguiu esticar ao máximo para que não fosse prejudicial para a nenê, e
graças a Deus deu tudo certo e ela nasceu linda e saudável.
Após o parto, tive o acompanhamento do médico por 3 dias no Hospital, e
ele me passou medicação para controlar a minha pressão. Depois do terceiro dia,
eu tive alta do Hospital e fui pra casa. Eu sai do Hospital andando, eu estava
bem, mas quando chegou em casa......só Jesus na causa.... Mesmo em casa, eu tive
que tomar várias medicações para o controle da minha pressão por cerca de 1 mês
e meio, fui parando com a medicação aos poucos até a minha pressão voltar ao
normal. Quanto ao inchaço, foi diminuindo gradativamente conforme os dias foram
passando, e a amamentação, ainda que tivesse problemas quanto a isso, ajudou
muito nesse processo, inclusive na perda de peso.
Graças a Deus, eu não tive vertigens, nem nada, acho que foi uma forma
leve da pré-eclâmpsia, mas posso dizer que eu sofri bastante e não foi fácil,
nem posso imaginar o que é para uma gestante ficar com a forma grave da doença,
porque é realmente muito ruim. Durante o parto, teve um médico cardiologista
comigo o tempo todo para controlar a minha pressão. Eu sentia muito sono, mas
eu não pôde dormir durante o parto, mas eu creio que isso seja um procedimento
normal. Sei lá, eu fiquei com muito medo. Eu nunca tive nada, sempre fui
saudável, então tudo isso foi um choque, até pelo fato de saber que a nenê
precisava de mim, e quanto mais eu pensava, pior eu ficava...
A pior parte disso tudo foi o fato das dores de cabeça muito muito
fortes e retirada do sal na minha alimentação. Eu não queria comer, e quando
comia, não sentia gosto e era horrível porque imagina, carne sem sal....eca!
Não aguentava andar, não dormia direito....estava exausta, foi quando a minha
pressão aumentou mais ainda, e o médico me disse que eu não aguentaria mais, e
que ele tinha que fazer o parto no dia seguinte.
Enfim, foi mais ou menos isso....eu quero ter outro bebê sim, não sei
daqui quanto tempo, mas eu tenho medo porque não quero passar por tudo isso
novamente, já que a estatística mostra que 1 em cada 5 mulheres apresentam a
pré-eclampsia nas próximas gestações, mesmo que não seja da mesma forma, tão
grave.
Mas faz parte da vida, e eu realmente estava para fazer este post já faz
algum tempo, mas de qualquer forma, cá está, e eu realmente espero ter ajudado
de alguma forma e ter trazido informações importantes dessa doença.
Obrigada por tirar um pouco do seu tempo me visitando, não se esqueça
de compartilhar para me ajudar na divulgação do Blog, e nos vemos em breve!
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